sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Desintoxicação Emocional

Olá meus queridos,

Nesse clima de ano novo, eu estava procurando um programa de desintoxicação alimentar (apelidado de Detox) pra começar o ano mais leve!


Ano passado fiz dois detox e um acompanhamento com uma nutricionista e naturopata supimpa, a Debbie Luna (página em inglês). Tive ótimos resultados e minha saúde, tanto física como emocional, melhorou muitíssimo! Como parte do tratamento naturopático, comecei a ler mais sobre saúde desde uma perspectiva mais holística.

Aprendi muito sobre como a indústria alimentícia nos induz a consumir supostos "alimentos" que nos deixam dependentes e com a nossa saúde profundamente abalada. Entender melhor como meu corpo funciona com certos alimentos foi essencial para não lutar por um corpinho bonito na contramão da minha saúde.

Nunca fui muito ligada na balança nem neurótica com skinny jeans (eles definitivamente não fazem parte do meu guarda-roupa!) mas depois de ter mudado para a Alemanha e ter chegado bem perto do fundo do poço emocional, meu corpo sofreu muito com os 15kg extras. Depois de recuperar minha estabilidade emocional e psíquica, chegou a vez de recuperar a saúde física, e 2014 foi o ano que tirei pra aprender a entender as necessidades do meu corpo em se adaptar a um clima completamente diferente do que ele estava acostumado em Brasília.

Impulsionada pelos Detox da Debbie Luna, fui pouco a pouco angariando informações essenciais para a saúde do meu corpo, sem trata-lo separadamente do meu emocional e psicológico. Vi diversos documentários (Fat, Sick and nearly Dead e Comida S/A são alguns deles), li alguns livros (A Inteligência Hormonal da Mulher e O Poder do Agora são alguns deles) e passo a passo, fui restabelecendo minha saúde física e emocional. No final do ano passado, consegui recuperar minha saúde nos padrões que tinha quando vivia em Brasília, além de emagrecer uns 6kg comendo bastante, mas com qualidade ;-) Essa foi uma grande conquista!!!

Mas eis que estava procurando um Detox para 2015, também para perder os outros 9kg extras, e acabei topando com um outro tipo de detox que me pareceu muito interessante: o Detox Emocional. Pois é, o detox de substâncias químicas que fazem mal ao meu corpo é muito importante, mas desintoxicação das emoções que nos fazem mal é essencial! Achei esse conceito de detox emocional o máximo!!

Em tradução livre: RETIRADA DE BAGAGEM EMOCIONAL 
| Insegurança | Vergonha | Culpa |
"-- Eu carrego a sua, se você carregar a da sua mãe."



Pensei que realmente seria bom me livrar das "emoções intoxicantes" que carrego dentro de mim. Mas como alguns dos meus leitores podem adivinhar, achar um psicólogo que fale sua língua quando você mora no exterior não é uma tarefa fácil! Mas a internet nunca me abandonou nos momentos de desespero ;-) procurei, procurei e encontrei um post no blog "Tudo de Bonn", de uma brasileira que morava aqui em Bonn, sobre psicoterapia online. Como é que é? Psicólogo online?? Pois é, minha gente! A internet é uma caixinha de surpresas!

Psicoterapia online é possível, e eficaz:
http://www.conectapsicologia.com.br/
Fui no site indicado pela autora do blog (que usou e aprovou o serviço!) e vi que é realmente um projeto sério de psicólogos brasileiros registrados e autorizados por lei para oferecer psicoterapia por Skype. Sei que grande parte dos problemas enfrentados na adaptação à vida em um novo país pode realmente ser resolvida ou pelo menos amenizada com uma psicoterapia bem feita, em que ambos paciente e psicólogo estão engajados no tratamento. Digo isso por experiência própria!



Mas dessa vez, eu não parei por aí, resolvi procurar mais ferramentas de desintoxicação emocional: decidi então mergulhar no universo das EFT - Técnicas de Liberação Emocional (sigla correspondente ao nome em inglês Emotional Freedom Techniques), ou "Acupuntura Emocional sem agulhas" como também é conhecida a EFT. Testei a técnica e até agora estou positivamente impressionada com o impacto no meu emocional: situações específicas que antes me causavam grande mal-estar emocional e até físico já não me afetam; consegui dissolver um pouquinho da bagagem emocional negativa que carregava no meu inconsciente por anos e anos a fio. Foi realmente impressionante! Entendi que é muito importante não só deixar de "ingerir" novas toxinas emocionais, mas é essencial limpar o histórico emocional que sempre traz de volta à tona emoções ruins, por conta de situações desagradáveis do passado. A EFT parece ser bastante eficaz nisso; mas acredito que a EFT não substitui, e sim complementa o tratamento com psicólogo competente, pois é uma técnica que pode ser aplicada a qualquer momento, pelo próprio interessado sempre que necessário. Estou apenas descobrindo esse universo e postarei mais sobre as EFT em breve.

Harmonia e paz interior são peças-chave para a saúde.
Uma outra coisa que não posso deixar de fora da equação da saúde holística é a saúde espiritual. Independentemente da religião (ou da falta dela), equilíbrio espiritual é extremamente importante para uma vida harmônica e saudável, no sentido mais amplo da palavra. Se você escolheu não seguir religião alguma, com certeza existe algum lugar ou situação em que você consegue calar o ruído interior e se conectar com o mais íntimo do seu ser. Pode ser meditando, caminhando no parque, tomando um banho de cachoeira ou de mar, vendo um pôr-do-sol, fazendo yoga, tudo isso vale para ajudar o seu interior a se aquietar. Aqueles que seguem uma religião, normalmente tem esse momento de paz interior quando fazem suas orações íntimas, sempre que estas não possuem carga emocional negativa. Nada impede, porém, de tentar uma meditação ou prática de yoga para afinar ainda mais a sua conexão com seu eu interior. Eu escolhi seguir uma religião, e é no meu grupo espírita que me sinto conectada com o universo, com a Terra, com a Humanidade; e assim posso serenar meu interior e abrir espaço para novos desafios e bênçãos que a Vida nos traz. Mas nem por isso dispenso a yoga, a meditação ou uma pedalada no parque. Tenho certeza que tanto o apoio do meu grupo religioso quanto a prática frequente e disciplinada de yoga e a minha decisão de vir de bicicleta ao trabalho pelo menos três vezes por semana foram fundamentais para que eu conseguisse atingir esse patamar de saúde que há tanto tempo me fazia falta!


Bom, vou parando por aqui, pois esse post já ficou muito longo! :-)

Pra finalizar, além dos links acima, deixo mais umas dicas para quem quiser emagrecer com muita saúde:

Muita saúde para todos nós!!!


quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Inverno ou Verão? Eis a questão!

Bom dia meus queridos!

O inverno por aqui deu uma pequena trégua, os termômetros marcaram 10 graus e eu já fiquei toda animadinha em poder sair só com uma meia-calça térmica!!!

Itapirubá-SC, prainha abençoada!
No meio da minha alegria pelo dia ensolarado, coisa bem rara por aqui, caí no erro de procurar notícias nas mídias sociais sobre minha família... Não que seja problemático querer saber sobre sua família, principalmente quando sentimos o ímpeto de compartilhar momentos de alegria. Ver toda sua família reunida naquela praia lin-da com aquele sol ma-ra-vi-lho-so ao fundo, junto a comentários como "que calor!" não deveria ser um sofrimento, certo? Bom, não seria se você estivesse também na foto ;-)
Acredite, quando faz mais de 15 meses desde a última vez que você sentiu calor e foi à praia, fica realmente difícil segurar aquela dorzinha de cotovelo que teima em aparecer...

Muito bem! Falo pra mim mesma: "sacode a poeira e dá a volta por cima, Irina! Você já sobreviveu a outros invernos!". E essa lembrança me deu forças para encarar uma vez mais os intermináveis dias cinzas, com os termômetros baixando pertinho do zero. "Puxa vida, já não estou no meu primeiro inverno! Já deveria ter me acostumado." Pois é! Acostumar-se com coisa boa, é fácil; já com o resto...

Depois de um inverno particularmente longo que tivemos há uns anos atrás, tinha prometido a mim mesma que, no inverno seguinte, daria uma escapada para um lugar ensolarado para poder garantir minha sanidade mental e emocional até o sol dar as caras novamente por aqui. Ano passado, conseguimos ir a Brasília para passar a páscoa com a família, rever grandes amigos e conhecer novos membros de nossa família. As horas de sol, de carinho dos familiares e com os novos bebês na família me deram fôlego para "aguëntar" mais uns bons meses cinzas.

Esse inverno, tinha o mesmo plano: quando o frio e a escuridão apertassem demais, daríamos uma escapada pra algum lugar com sol e praia, que coubesse no nosso orçamento. Até comecei a procurar passagens e hospedagem em lugares mais próximos ao equador pra passar uma semaninha que fosse. Mas notei que nesse inverno alguma coisa dentro de mim está diferente...

No ano de 2014, comecei um processo de desintoxicação alimentar, que faz parte de um processo mais longo de desintoxicação emocional e psicológica. Como parte desse processo, um dos meus objetivos é adaptar-me à Alemanha, inclusive ao fato de viver em estações, de se comportar e se programar conforme o clima lá fora. Tive de trabalhar ativamente para "me acostumar" com o que não é tão bom assim: exercitar a aceitação das coisas como elas são, trabalhar minhas emoções negativas em relação às coisas que não posso mudar e fortalecer minhas emoções positivas para mudar aquelas que realmente estão ao meu alcance. Foi um ano bem longo, recheado de exercícios mentais, comportamentais e físicos para me harmonizar novamente comigo mesma e com tudo ao meu redor. Vários resultados podem ser vistos a olho nu: 6kg a menos; mais saúde em todos os aspectos; mais serenidade nas pequenezas do dia-a-dia; mais tranquilidade e fluidez na hora de falar alemão; e desde o último sábado, cabelos cortados pela primeira vez na Alemanha! Pode parecer pouco, mas o fato da aceitação de que eu tenho que fazer todas as coisas cotidianas aqui, sem ter que esperar minha próxima viagem ao Brasil, ah, meu amigo! Isso é extremamente libertador!

Meus novos cabelos, cortados por tesouras alemãs ;-)
Você pode estar pensando: "Tá, Irina! Mas o que isso tem a ver com o Inverno e o Verão?". E eu respondo de todo o coração: TUDO!!!! Aprender a viver em estações é uma arte, principalmente pra mim, que não conhecia variações drásticas na temperatura ou nas horas de sol durante o ano (para aqueles que não sabem, nasci e cresci em Brasília, uma cidade com muito sol sempre e termômetros que não conhecem temperaturas acima dos 35 graus, nem abaixo dos 10 graus). Nesse aprendizado, descobri que a tão famosa "escapadinha" pode ser sim muito útil para muitas pessoas e em diversas situações, pois a falta de sol e os baixos níveis de vitamina D realmente deprimem qualquer um! No entanto, no meu caso, na atual conjuntura, a "escapadinha" não seria a melhor opção. Investi, e invisto, tanto trabalho, dinheiro, tempo, energia em entender a realidade à minha volta e me integrar a ela... não quero, aliás, não sinto a necessidade de escapar do inverno (pelo menos não desta vez), porque na verdade, eu nunca aproveitei o inverno! Como posso querer escapar de algo que mal conheço?? Pois bem! Conheçamos então o inverno, ué!!! Quero aprender a aproveitar essa época do ano, que tem suas vantagens e desvantagens como qualquer outra. Quero saber o que se faz no inverno, "me jogar" nas atividades de inverno, entender o porquê da natureza oferecer esta variação cíclica para tantos seres humanos neste planeta.

Ok, ok. Tudo muito bonito na teoria. Mas e na prática? Gente, deixa eu contar um segredo: pra mim, nem foi muito difícil se acostumar e se adaptar ao inverno. Sabe o que é mais difícil? Saber que enquanto você está encarando a escuridão e o frio, a maioria das pessoas que você ama está curtindo o verão em alguma praia, com muito sol, água de coco e tudo que têm direito. Nessa passagem de ano, eu descobri que esse é o problema do inverno pra mim: que no Brasil, é verão :-) Daí eu me pergunto: Verão no Brasil é um problema? E do mais íntimo do meu ser, vem um grito de resposta: Não!!! O problema na verdade é eu me comparar com as pessoas no Brasil, é eu me sentir "na contramão" do que acontece na vida das pessoas que amo. Pois é! Deu pra entender agora por que eu não fiquei nem um pouquinho atraída pelas promoções de viagens a praias paradisíacas aqui por perto? Porque o que eu quero, é estar junto daqueles que eu amo! E a maioria deles estão no Brasil, na praia. E eu, com meu orçamento apertado, não poderei encontra-los nesse Verão. Daí outra vez, do mais íntimo do meu ser, surge um outro grito: as pessoas que você ama estão SIM pertinho de mim! Elas estão em meu coração, nas minhas lembranças, nos meus planos futuros, em cada lágrima de alegria ou de dor, elas fazem parte de mim. Então, pra que colocar na conta do Inverno, algo que deveria pertencer à conta da saudade? ;-)


É isso! Vou "me jogar" no inverno! Gustavo e eu decidimos conhecer melhor o inverno daqui e vamos passar 4 dias nos Alpes, brincando de aprender a esquiar e aproveitando pra hibernar um pouquinho. No meu post passado, coloquei um artigo sobre a sabedoria do inverno. Pois isso mesmo farei: vou buscar a sabedoria do inverno na natureza, na neve, dentro de mim, sem medo dos "fantasmas do inverno", que eu mesmo criei.

Seefeld, nos Alpes Austríacos - é pra lá que a gente vai! :-)


Só assim pra conseguir amainar as saudades dos amados que estão (só fisicamente) longe e levar a bola pra frente! Axé!

Beijos!



quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Voltando e se adaptando

 Queridos, 

Depois de muito sumiço, decidi retomar meu blog. No entanto, não vou mais usá-lo para mandar notícias das aventuras, mas sim para falar de assuntos interessantes, referentes ao meu dia-a-dia na Alemanha.

Desde meu último post, muitas coisas aconteceram: terminei meu mestrado em Bochum; estive desempregada e em depressão; encontrei trabalho em Bonn; estive em depressão e trabalhando; viajei bem menos do que gostaria; mas me conheci muito mais do que esperava... depois de muito lutar, hoje acredito estar bem mais estável emocionalmente e com o coração sereno com o fato de viver na Alemanha. 

Foi difícil, mas consegui! Estou hoje feliz com minha decisão de ficar nesse país que nos abriu as portas com tantas oportunidades de estudo e trabalho, mas também de desenvolvimento pessoal e espiritual.

Nesse espírito de renovação inspirada pelo ano novo e de introspecção invernal, compartilho com vocês um artigo sobre a sabedoria do inverno (em inglês). 

Como boa brasileira que sou, eu não era exceção que confirma a regra: tive muito medo de inverno sim! Mas hoje já consegui ver as vantagens dessa época do ano e, pouco a pouco, vou aprendendo a viver em estações; estações de amor - seasons of love, uma conhecida música... ;-)


Beijos!


sábado, 1 de outubro de 2011

De volta à Europa... Voltar sem ter família pra te receber: outra nova experiência!

Pois é meus queridos,

Gustavo e eu voltamos à Alemanha, depois de longos e maravilhosos quase 4 meses no Brasil, com direito a: visita a Fortaleza e a Foz do Iguaçu (e de quebra Paraguai e Argentina), casamento da Clá com praticamente toda a parentada do sul, muita cachoeira no Cerrado, muitos mimos de/para familiares... enfim! Nossas melhores férias ever! =D






fotinhas de uma das despedidas
desculpem-me os que não estavam na foto, por favor, sintam-se representados nela!
Obrigada querida família por encher nossas vidas de amor!
=)




















Depois de muito curtir, sempre tem o momento de acordar...

Gus e eu voltamos à Europa, numa viagem bem desconfortável, em que quase não conseguimos dormir, mas que em tudo deu certo no final: nossas malas chegaram sãs e salvas! =D
Eu é que não fiquei tão sã assim, pois a falta de horas de sono acabaram com o resto de voz que eu tinha conseguido recuperar. Mas não se preocupem. Ontem mesmo já reforcei meu estoque de cápsulas de cramberry, vitamina C e própolis (consegui achar tudo isso na farmácia ontem!!!) Tomei cházinho de romã em um restaurante árabe ontem e tá tudo certo! Vamo que vamo!!! =)

Foi muito interessante ter a sensação de "voltar", não de "chegar". O mais estranho foi não ter família para nos receber... hehehehe
Bom, era assim que queríamos nos sentir mesmo: como se no Brasil e México estivéssemos somente de férias. Se fosse diferente, nosso coração não aguentaria a emoção ao sair de nossas terrinhas...

E a Alemanha não fez feio: nos recebeu com muito sol (aliás, concluímos que só faz sol nessa terra no dia em que chegamos aqui hahahaha foi sempre assim!), com muita gente na rua, sorrisos, calor e suor (no ápice dos 26°C) e muita alegria =)
é muito bom chegar em "casa", mesmo que ela esteja na Alemanha, longe das famílias...

Bom, por hoje é só! Tenho que correr na estação de trem pra comprar minha passagem pra Bruxelas. Embarco amanhã para mais uma aventura, desta vez um pouco longe do meu amado Gustavo, que vai ficar em Colônia, enfrentando a aventura dele com os colegas do novo mestrado em Ciências do meio-ambiente (chique, bemmm)!!!
=)

Muitos beijos e muito amor a vocês!!!
Irina e Gugu

domingo, 3 de abril de 2011

Rápidas novidades de Bilbao, Espanha

Queridos, 


Sei que sou desnaturada e faz milênios que não escrevo no Blog. Pois é! A vida é assim! 
Os meses de novembro, dezembro e janeiro foram muito corridos em Bochum, mas sobrevivi! Em fevereiro veio a função com a mudança pra Espanha, a adaptação à nova rotina e euforia por causa do clima ótimo e da cidade linda, em março tive uma deprê básica, por conta de decepções acadêmicas. 


Eu e Gugu em frente ao Museu Guggenheim


Ao lado do Guggenheim 
Eu acariciando um dos guardiães do museu, o Puppy


Agora que me recuperei um pouquinho, e depois de muita gente pedir encarecidamente que eu atualizasse o blog, decidi escrever pequenas notícias daqui da Espanha, começando do zero agora (não vou falar do que já passou, se não, não vou conseguir atualizar isso aqui nunca!).
Para aqueles que têm facebook, é só conferir as fotos lá das viagens de fim de ano pro Líbano, Síria e Turquia; as festas com os colegas e as viagemzinhas ao redor de Bilbao; o carnaval e festivais de rua do país Basco; etc. Tá tudo lá! =)




Últimas Novidades em Bilbao


Bom, esse fim de semana fomos a San Sebastian, uma cidade vizinha de Bilbao que é conhecida por ter praias lindas. Fomos com o pessoal do mestrado por conta de um Congresso na 6ª feira (que foi péssimo, by the way) e ficamos lá na tarde livre de 6ª e no sabadão. 


Uma das praias de San Sebastián


É impressionante como eu tava com saudades de usar só uma camada de roupa no corpo e sentir o sol bater nos braços, pernas, costas.... foi o paraíso na terra!!! 
Não entrei no mar, pois a água estava muito mais gelada que o mar de Santa Catarina (tipo, uns 8°C) mas nos divertimos muito! A temperatura chegou a agradáveis 28°C e fizemos picnic, jogamos frescobol, fizemos malabares, colocamos toda a conversa em dia...


Eu, Gugu e o pessoal curtindo o sol!


No final do dia, subimos em um dos morros para ver o pôr-do-sol. Sensacional!!!
Finalmente pude sentir aquele cansaço de depois da praia e passar um dia inteiro com um sorriso no rosto! É realmente inacreditável o bem que um dia de sol pode fazer!!! =)


Pôr-do-Sol em San Sebas


E esse sol fez tão bem que quando chegou o Sábado e o clima esfriou loucamente (ficamos nos "agradáveis" 15° a 17°C) ainda assim, eu estava muito contente! Passamos o dia tomando chocolate quente, visitando museus grátis, conhecendo a cidade e terminamos o dia com um chá de canela em um café/bar super aconchegante!




Valeu a pena, pelo menos pelo lado pessoal, ter vindo amarrar a minha égua nessa cidade espanhola cheia de surpresas agradáveis. Já o lado acadêmico.... bom, esse é melhor nem falar, de tão mais-ou-menos que tá =/


Prefiro me concentrar no que pude aprender na Alemanha e no que vou aprender escrevendo minha tese e fazendo meu estágio de fim de mestrado! Espanha foi uma péssima escolha acadêmica, mas uma boa escolha social.








Beijos e até a próxima!

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Apê encontrado

Amores do meu coração, 
Por favor me perdoem que passei muito mais de um mês sem escrever. Realmente foi muito corrido esses últimos tempos: inicío das aulas, mudança, compras de livros e materiais, viagens.... 


Bom, vou continuar a nossa historinha na Alemanha cronologicamente, mas de maneira mais rápida.
Neste post, falarei da saga para conseguimos nosso apê. No próximo post, falarei da minha viagem pra Varsóvia, onde tive minhas primeiras aulas do mestrado.


Não agarantiu que consiga escrever com muita frequência, pois o ritmo do mestrado é pesadíssimo...
Mas enfim! Depois continuo com posts sobre a vida em Bochum e a universidade, sobre o Congresso Humanitário que participei em Berlim, outras viagens ao redor da Alemanha e curtição com os coleguinhas do mestrado =)


Curtam! =D

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A saga da procura pelo apê

A saga da procura por um apê foi bem sofrida: ao longo de uns 10 dias, foram ao todo mais de 30 telefonemas e 5 visitas a apês diversos. A maioria das pessoas não falava inglês, então o Sebas teve de nos ajudar um montão pra poder marcar as visitas/entrevistas e podermos acertar as coisas.

O problema aqui em Bochum é que a cidade é pequena e a demanda por apês é enorme, por conta da universidade, que tem cerca de 32 mil alunos, dos quais uns 4 mil são estrangeiros. Então os proprietários têm uma grande quantidade de prováveis inquilinos, dentre os quais pode escolher quem tem a cara mais legal (e isso nunca é estrangeiro)...

Enfim! Acabou que foi uma estrangeira que nos salvou a pele.

Era uma vez Margarita (mesmo nome da minha sogrinha!!! deu sorte!), uma russa que mudou-se para a Alemanha quando criancinha, acompanhando seus pais, estudava Espanhol na Universidade de Bochum, mas quase não falava espanhol ou inglês. Ela morava em um lindo apartamento, todo rosa, cheio de florzinhas e borboletas. 


banheiro e sala do apartamento de Margarita


Sua casinha aconchegante ficava num bairro muito agradável chamado Hustadt, bem próximo à universidade. Os vizinhos de Margarita eram de vários lugares do mundo e era comum ouvir os mais diversos idiomas ao caminhar pela pracinha: árabe, russo, turco, persa, polonês, espanhol, inglês... e até alemão!








fotos do bairro de Hustadt


Certo dia Margarita decidiu fazer um intercâmbio para a Espanha, como objetivo de finalmente aprender espanhol. Colocou um anúncio (em alemão, claro!) na universidade falando da sublocação de seu agradável apartamento. Eis que o salvador da pátria do nosso casal internacional entrou em contato com a russa aventureira, explicando toda situação. Talvez condoída pelo semelhante status de estrangeiros do casal internacional, Margarita simpatizou-se com Gustavo e Irina, ainda que estes não falassem alemão ou russo, e Margarita não falasse espanhol ou inglês.


Muitos mal-entendidos depois, após perderem-se por mais de meia hora no bairro tão acolhedor de Hustadt, depois de descobrir que "um e vinte" não significava "cento e vinte", mas sim "vinte e um" na língua germânica (ainda que falada em uma mescla de inglês e alemão com espanhol), Gustavo e Irina finalmente encontram Margarita, conhecem o apartamentinho todo rosa, cheio de flores, corações e borboletas e se animam mais uma vez: "quem sabe este não será o nosso apê, depois de tanta procura?" Gustavo não sentiria sua masculinidade ameaçada... não por isso! Então, não haveria nenhum outro impedimento, caso os Deuses estivessem do lado do nosso casal preferido...


Assim foi que, depois de duas semanas parcialmente sem-tetos na Alemanha, nosso querido casal internacional finalmente é aceito por uma outra estrangeira em um apartamento aconchegante, com janelas grandes, varanda e bastante próximo à universidade! =D


Venham conhecer nossa casinha!




Hall de entrada, com nosso Sombrero  =)  / Cozinha-corredor, já completa, graças à russa querida!

Nossa mesa de refeições

 Nossa decoração internacional =)

Nossa janela com cortinas também rosas!!! 

Minha escrivaninha, com a varanda atrás (vista inspiradora para os estudos)


Vistas da nossa varandinha 
(esse foi o único dia que deu sol e pudemos tirar as fotos!)

O casal internacional feliz com sua nova casinha!!!!




Cenas dos próximos capítulos:

  • Viagem a Varsóvia: início das aulas com muita ralação e descobertas...
  • A vida na universidade: se perdendo em alemão, encontrando muitos coelhinhos, cogumelos e jardins, topando com muito concreto armado andando de bike...
  • Congresso Humanitário em Berlim: quero meu marido aqui!!! =(
  • Ao redor de Bochum: viagens a Bonn, Colônia, Hattingen e até em Bochum mesmo! =D
  • Curtição com os colegas: intermináveis festas universitárias, halloween humanitário, tunak-tunak, habibi, dancinhas indianas...


Deu água na boca? Que bom! Jajá tem mais!
Beijos e salcichões alemães!

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Primeiros dias em Bochum

Pois é galera!!!

Chegamos e estamos instalados em Bochum! =)

Irina e Gustavo no ponto de ônibus e bonde em frente ao apê

Bochum é uma cidade pequena, mas faz parte da maior megalópole da Alemanha. Ela está localizada no vale dos rios Ruhr e Reno e a população só de Bochum é de cerca de 400mil pessoas (se é que se pode fazer esta contagem em uma megalópole quase sem fronteiras). Já a grande megalópole da região Reno-Ruhr, engloba mais de 12 milhões de pessoas, nas suas principais cidades: Colônia, Düsseldorf, Bonn, Essen, Duisburg, Dortmund, Wupertal, e claro, BOCHUM! =D

Mapa da Alemanha, com Bochum marcada pela estrela vermelha

Um pouquinho da história recente da região do Reno-Ruhr, Alemanha:
Como esta região é o maior pólo industrial do país, ela foi muito visada durante os bombardeios da 2ª Guerra Mundial, então praticamente toda a região teve de ser reconstruída (com grande ajuda da população turca que imigrou pra cá). Como resultado, aquela arquitetura tipicamente alemã medieval não sobreviveu por aqui (para ver castelos e coisas medievais, tem-se de ir ao sul da Alemanha, mas preservado da guerra). Quase todos os prédios por aqui foram construídos no séc XX, com a idéia de fornecerem moradia à grande população desabrigada à época, o mais rapidamente possível; ou seja, a grande maioria dos prédios é funcional e prática, muitas vezes os apês são renovados e reformados, mas os edifícios não são nada bonitos!

Paisagem típica da parte antiga de Bochum 
(um dos lugares mais bonitinhos que encontrei na cidade, arquitetonicamente falando =P)

Nossas impressões sobre Bochum e a Alemanha (até agora!)
Viver em Bochum, no fim das contas, é como se estivéssemos em uma capital no Brasil, mas com muuuuuito mais e melhor estrutura de transporte público e outros serviços à população em geral. Ainda sim, estamos numa cidadezinha pequena, então nada funciona à noite ou nos fins de semana, exceto os bares e alguns quiosquinhos (turcos, claro!) de comidinha/lanche e bebidas, mas nada de mercados ou padarias abertos no domingo!!! loucura, loucura, loucura!!!

Além disso, eu nunca vi uma cidade tão quieta na minha vida!!! Não que as pessoas não saiam nas ruas... Tem muita gente nas ruas, nos bares, restaurantes, mercados... Mas ninguém fala nada!!! SILÊNCIO total... No centro da cidade, às 3h da tarde de plena quarta-feira, nenhuma buzina, nenhum ônibus barulhento, nenhuma criança abrindo o berreiro, nenhuma adolescente esganiçada gritando com as amigas na rua... silêncio... eu e Gustavo até abaixamos a voz, como se estivéssemos em um hospital...  vai entender...
bom, se acostumar com o silêncio na rua é muito mais fácil que se acostumar a viver em meio ao barulho, principalmente se você tem com quem se comunicar frequentemente =)

Outra curiosidade é que as cidades na Alemanha parecem ser iguais em qualquer lugar do país (pelo menos os lugares pelos quais passamos)! Um amigo uma vez nos disse uma coisa que faz muito sentido: "parece que os Alemães têm franquia para suas cidades!". Todas as cidades por aqui são extremamente parecidas! Enfim, deve ser bom pra uma pessoa poder se sentir em casa em qualquer lugar do seu país! =)

Uma das coisas que nos chamou a atenção em Bochum é que, mesmo sendo uma cidade pequena, tem muita diversidade por aqui!!!! Você vê todos os dias na rua muitos orientais, indianos, africanos, latino-americanos... e até alguns alemães =D 
Nos mercados, é muito fácil encontrar artigos de culinária japonesa, chinesa, indiana, tailandesa, etc.. Até achei mandioca congelada!!!! De-mássss  Achamos também uns cupnoodles (um miojo chique) sabor curry indiano e sabor pimenta tailandesa!!! muito bom!!!! =D

Primeiros momentos em Bochum
Bom, como vocês podem imaginar, o que menos vimos por aqui foram coisas alemãs!!!! Hehehehe
Nossa 1ª refeição na rua foi num restaurante turco, com direito a relembrar algum vocabulário da culinária turca! =D
Fomos ao mercado e nos espantamos: as coisas realmente não são tão caras como esperávamos!!! Tudo mais ou menos o mesmo preço do Brasil, até achamos banana a um bom preço (80 centavos de Euro o kilo). O mais legal são os vinhos: muito bons e muuuuuuiiiiito baratos!!!! =D  A maioria dos vinhos legais custam uns 2 euros a garrafa, já os vinhos bons cstam de 3 a 5 a garrafa. Com esses preços ótimos, nem chegamos a comprar nenhum vinho muito bom, que custa de 6 a 10 euros a garrafa! =D

Jantar em casa, com um maravilhoso vinho, que custou $2,22 euros!!! 
(especialmente para você Ivã!!!)

Atendendo a pedidos, tivemos de fazer o sacrifício de tomar uma cervejinha alemã! =D
Aproveitamos para fazer disso uma noite agradável com as coleguinhas do curso que já se mudaram para Bochum, como eu.

Irina, com sua primeira cervejinha alemã na mão, e 
as coleguinhas de curso Jenny, da Grécia, e Soumya, da Índia.

Os respectivos acompanhantes das Meninas-Ação-Humanitária com suas cervejinhas: Paul, namorado americano da Jenny, e Gustavo em versão morena sem aparelho =P

Depois das bebidas, finalmente fomos comer a primeira refeição tipicamente alemã: salsichão com pão e batata frita (wrust mit brötchen und pomes)!!! As Salsichas eram tão bonitinhas que tínhamos de tirar foto com elas!!! =P

Salsichões, pão e batata: finalmente uma comida alemã! 
As salsichas não são bonitinhas??? São muito gostosas também!!! hummmm =)

Encarando a realidade em Bochum
Ok! Finalmente, depois de um pouco de diversão, a gente começou a tratar dos assuntos mais importantes: ir pra nossa casinha, fazer nosso registro na prefeitura, dar um alô na universidade e aprender os caminhos das pedras por lá, etc...
Estava tudo indo muito bem, nossas malas já estavam conosco, já sabíamos nos locomover minimamente na cidade (depois de tentar decifrar as mil-e-uma opções de tickets para o metrô!!!), sabíamos achar comida boa e barata, já tinhamos tomado muito vinho e cerveja!!!

Quando a esmola é demais, o santo desconfia...

Chegamos felizes e contentes ao nosso apê para finalmente conhecer o Sebastian, um alemão gente-fina que ia passar 1 semestre fazendo intercâmbio na Espanha e queria alguém pra pagar o aluguel dele enquanto ele aprendia espanhol. Tava tudo acertado, tínhamos conversado com ele pela internet, telefone e tudo mais. Sebas (esse é o apelido dele), acompanhado da sua namorada Inga, que já tinha vivido em Aracajú, nos receberam muito bem, foram super queridos, ofereceram suco, frutas e biscoitos!
- Ok! Legal! Obrigada pela hospitalidade! Então, vamos tratar do apê?
- Então, nós tmeos más notícias para vocês, disse Sebas.
pensei: "Ok! Sabia que íamos encontrar pedras pelo caminho! É pra isso que estamos aqui!"

Sebas continua: - Estou muito envergonhado de dizer isso, mas ontem à noite recebemos uma carta do proprietário deste apartamento, falando que ele não quer estrangeiros alugando o apartamento dele.
Irina pensa "calma, tudo vai dar certo!"

Sebas: - Ficamos em choque, não esperávamos isso de maneira nenhuma, já que eu já tinha sublocado antes o meu apartamento para um estrangeiro por um semestre e o proprietário nunca se mostrou insatisfeito com isso. Como você pode ver, já tinha limpado o apartamento e tirado todas as minhas coisas daqui. Está tudo pronto pra vocês virem morar aqui!
Irina pensa: "nossa, já tinha gostado tanto do apartamento..."

Sebas: - Eu detesto ter de dar esta má notícia, mas eu não vou poder alugar meu apartamento para vocês. Ainda sim, faço questão de ajudar vocês no que for preciso para encontrarem um outro apartamento para morar aqui em Bochum. Ontem mesmo comecei a procurar nos websites que você já conhece algumas ofertas de apartamentos para alugar e já marcamos hora com dois deles já para hoje, se não tiver problema para vocês.
Irina pensa: "nossa! os alemães são realmente eficientes!"

Sebas: - Também fui à universidade hoje de manhã e conversei com eles. Eles se lembram de vocês (Irina pensa: "é! eu liguei umas mil vezes lá!!! e eles nem ajudaram em nada") mas outra vez eles disseram que vocês não podem ficar na moradia universitária, porque não é permitido duas pessoas em um só quarto. Então essa é minha oferta: vocês ficam aqui no meu apartamento como convidados, pois não existe alguma lei que proíba ter hóspedes estrangeiros! Nós ajudaremos vocês a encontrar um apartamento e continuaremos procurando ofertas de apês pra alugar. Quando a gente conseguir encontrar um lugar pra vocês ficarem, eu vou cancelar meu contrato de aluguel com esse cara e vou sair desse apartamento! Não quero fazer parte desse tipo de comportamento racista!
Irina pensa: "que bom que eu realmente não me enganei em relação ao Sebas! Ele é mesmo gente-fina! =)

Gustavo, em frente ao nosso apartamento, agora temporário =(

Ok! Temos lugar temporário pra ficar, temos hora marcada para ver dois apartamentos!!! Bola pra frente!!!
Depois do balde de água fria, resolvemos dar um passeiozinho pela cidade pra relaxar... pela Bochum bucólica... afinal de contas, não vale a pena dar corda à melancolia nessa altura do campeonato!!!

Irina e amoras silvestres, Gustavo assaltando uma macieira - adoro colher frutas gostosas no meio da rua!!! =)

Bom, depois destes dias difíceis, tivemos muitos outros tropeços, alguns divertidos, outros nem tanto.
Mas sabem como é! Tudo dá certo, no final! Se não tá dando certo, é porque ainda não chegou no final! =)

E enquanto as coisas ainda não estão dando certo, ficamos por aqui, aproveitando o meeeega Verãozão alemão.... hehehehehe  =P

O "Verão" alemão: agradáveis 15°C às 3h da tarde!!! Delíííciaaaa =P

=D
Beijos e queijos!!!
Irina e Gustavo


Cenas dos próximos capítulos:
- Irina & Gustavo em: "A Saga da Procura por um Apê"
- Irina em seus primeiros dias na universidade: "ninguém merece ser caloura em alemão =P"