O inverno por aqui deu uma pequena trégua, os termômetros marcaram 10 graus e eu já fiquei toda animadinha em poder sair só com uma meia-calça térmica!!!
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| Itapirubá-SC, prainha abençoada! |
Acredite, quando faz mais de 15 meses desde a última vez que você sentiu calor e foi à praia, fica realmente difícil segurar aquela dorzinha de cotovelo que teima em aparecer...
Muito bem! Falo pra mim mesma: "sacode a poeira e dá a volta por cima, Irina! Você já sobreviveu a outros invernos!". E essa lembrança me deu forças para encarar uma vez mais os intermináveis dias cinzas, com os termômetros baixando pertinho do zero. "Puxa vida, já não estou no meu primeiro inverno! Já deveria ter me acostumado." Pois é! Acostumar-se com coisa boa, é fácil; já com o resto...
Depois de um inverno particularmente longo que tivemos há uns anos atrás, tinha prometido a mim mesma que, no inverno seguinte, daria uma escapada para um lugar ensolarado para poder garantir minha sanidade mental e emocional até o sol dar as caras novamente por aqui. Ano passado, conseguimos ir a Brasília para passar a páscoa com a família, rever grandes amigos e conhecer novos membros de nossa família. As horas de sol, de carinho dos familiares e com os novos bebês na família me deram fôlego para "aguëntar" mais uns bons meses cinzas.
Esse inverno, tinha o mesmo plano: quando o frio e a escuridão apertassem demais, daríamos uma escapada pra algum lugar com sol e praia, que coubesse no nosso orçamento. Até comecei a procurar passagens e hospedagem em lugares mais próximos ao equador pra passar uma semaninha que fosse. Mas notei que nesse inverno alguma coisa dentro de mim está diferente...
No ano de 2014, comecei um processo de desintoxicação alimentar, que faz parte de um processo mais longo de desintoxicação emocional e psicológica. Como parte desse processo, um dos meus objetivos é adaptar-me à Alemanha, inclusive ao fato de viver em estações, de se comportar e se programar conforme o clima lá fora. Tive de trabalhar ativamente para "me acostumar" com o que não é tão bom assim: exercitar a aceitação das coisas como elas são, trabalhar minhas emoções negativas em relação às coisas que não posso mudar e fortalecer minhas emoções positivas para mudar aquelas que realmente estão ao meu alcance. Foi um ano bem longo, recheado de exercícios mentais, comportamentais e físicos para me harmonizar novamente comigo mesma e com tudo ao meu redor. Vários resultados podem ser vistos a olho nu: 6kg a menos; mais saúde em todos os aspectos; mais serenidade nas pequenezas do dia-a-dia; mais tranquilidade e fluidez na hora de falar alemão; e desde o último sábado, cabelos cortados pela primeira vez na Alemanha! Pode parecer pouco, mas o fato da aceitação de que eu tenho que fazer todas as coisas cotidianas aqui, sem ter que esperar minha próxima viagem ao Brasil, ah, meu amigo! Isso é extremamente libertador!
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| Meus novos cabelos, cortados por tesouras alemãs ;-) |
Ok, ok. Tudo muito bonito na teoria. Mas e na prática? Gente, deixa eu contar um segredo: pra mim, nem foi muito difícil se acostumar e se adaptar ao inverno. Sabe o que é mais difícil? Saber que enquanto você está encarando a escuridão e o frio, a maioria das pessoas que você ama está curtindo o verão em alguma praia, com muito sol, água de coco e tudo que têm direito. Nessa passagem de ano, eu descobri que esse é o problema do inverno pra mim: que no Brasil, é verão :-) Daí eu me pergunto: Verão no Brasil é um problema? E do mais íntimo do meu ser, vem um grito de resposta: Não!!! O problema na verdade é eu me comparar com as pessoas no Brasil, é eu me sentir "na contramão" do que acontece na vida das pessoas que amo. Pois é! Deu pra entender agora por que eu não fiquei nem um pouquinho atraída pelas promoções de viagens a praias paradisíacas aqui por perto? Porque o que eu quero, é estar junto daqueles que eu amo! E a maioria deles estão no Brasil, na praia. E eu, com meu orçamento apertado, não poderei encontra-los nesse Verão. Daí outra vez, do mais íntimo do meu ser, surge um outro grito: as pessoas que você ama estão SIM pertinho de mim! Elas estão em meu coração, nas minhas lembranças, nos meus planos futuros, em cada lágrima de alegria ou de dor, elas fazem parte de mim. Então, pra que colocar na conta do Inverno, algo que deveria pertencer à conta da saudade? ;-) ![]() |
| Seefeld, nos Alpes Austríacos - é pra lá que a gente vai! :-) |
Só assim pra conseguir amainar as saudades dos amados que estão (só fisicamente) longe e levar a bola pra frente! Axé!
Beijos!



2 comentários:
Nossa Prima que bom que irá se jogar no inverno! Sempre tive vontade de conhecer esse inverno e me jogar na neve para fazer anjinhos , bonecos de neve, guerra de bola de neve e tudo que tem direito !!! Aproveita por mim !!!
Te amo estou muito feliz e orgulhosa por você estar se desvencilhando da vida que tinha aqui no Brasil... te amo seu afilhado manda risos, palminhas, cheirinhos e abraços !!!
Minha amada Clarice Segedi, na verdade não estou me desvencilhando da minha vida que tive no Brasil, pois ela faz parte de mim e vai comigo a onde eu for :-)
O que estou bravamente tentando, e finalmente conseguindo, é me desvencilhar das mágoas que tinha (e ainda tenho) de ter escolhido viver longe da minha família, e fora do Brasil. Os risos, palminhas, cheirinhos e abraços do meu afilhado gotoso são o melhor presente que eu poderia pedir de ano novo, e faz tudo isso aqui ficar muito mais leve! A dinda também manda muitos cheiros, cosquinhas, beijinhos e muito amor pra ele e sua mamãe ;-)
Vou me jogar no inverno sim, e depois te conto! :-)
Pra você ver, apesar de eu já ter enfrentado 5 invernos ferrenhos na minha vida, nunca fiz boneco de neve, nem anjinhos, nem participei (voluntariamente) em guerras de bolas de neve!!! hehehe
Bêjos, amada!
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